segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Leite orgânico ganha espaço no Brasil


Leite sem agrotóxicos
O leite também entrou na tendência orgânica, que cresce cada vez mais no Brasil.
Sem nenhum tipo de agrotóxico nos processos de produção, o alimento obtido de forma natural já chega à mesa do consumidor brasileiro com selo de qualidade.
Leite orgânico
No ano passado, a Embrapa Cerrados, em consórcio com a Universidade Federal de Santa Catarina, decidiu impulsionar a produção e o consumo do leite orgânico no país.
Entre as pesquisas desenvolvidas, o correto manejo de pastagens é um fator fundamental.
A Embrapa está trabalhando no desenvolvimento de uma unidade de pesquisa participativa que possa ser replicada em todo o País.
Os principais nutrientes para a produção de pastagens são o nitrogênio, o fósforo e o potássio.
A fonte de nitrogênio tradicional é a ureia, mas ela é totalmente proibida no sistema orgânico.
O jeito então foi utilizar a adubação verde, com leguminosas fixadoras de nitrogênio.
"Como fonte de fósforo, são usados fosfatos de rochas naturais e, no lugar do cloreto de potássio, usamos o pó de rocha. Tudo é natural e não tem nada de adubo químico", explica João Paulo Soares, da Embrapa.
Preço do leite orgânico
Embora o preço do leite orgânico seja mais alto para o comprador, os números da produção mostram que a aposta no mercado dos alimentos orgânicos pode valer a pena para os produtores.
O preço pago aos produtores pelo leite convencional é de R$ 0,80 por litro, enquanto o leite orgânico rende até R$ 3,50 por litro.
Já no supermercado, o litro do leite produzido sem agrotóxicos custa até R$ 4,50, enquanto o convencional não ultrapassa R$ 2,00.
Mesmo representando ainda uma pequena parcela de tudo que é produzido em território nacional, o crescimento em fabricação do leite sem resíduos tóxicos chega a 250%, se considerados os últimos 10 anos.
Segundo pesquisa recente da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o brasileiro consome ou inala 6,7 litros de agrotóxico por ano.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Plantas brasileiras inibem até 10 tipos de câncer

Plantas brasileiras inibem até 10 tipos de câncer

Quatro das espécies pesquisadas, que mostraram grande eficácia contra linhagens de células de vários tipos de câncer. [Imagem: Daniela Carvalho Ogasawara/Paleari/Melilo/Motta]
Plantas nativas contra o câncer
Espécies de plantas dos gêneros Croton e Astraea, muito comuns no Brasil, demonstraram atividade antioxidante e antiproliferativa de linhagens de células cancerígenas em experimentos realizados no Instituto de Biociências (IB) da USP.
As plantas pesquisadas pela bióloga Daniela Carvalho Ogasawara apresentam extratos que possuem grande capacidade de inibição de linhagens tumorais, como as de câncer de pulmão, mama e leucemia, com potencial para utilização no desenvolvimento de novos medicamentos.
A pesquisa buscou ampliar o conhecimento químico e avaliar o potencial de seis espécies herbáceas nativas da flora brasileira: Astraea comosaAstraea lobataCroton lundianusCroton glandulosusCroton campestris e Croton triqueter.
"Elas pertencem ao mesmo gênero do sangue-de-adave ou sangue-de-dragão, espécies conhecidas por seu látex de cor avermelhada", afirma Daniela. "Praticamente todos os ecossistemas brasileiros possuem representantes do gênero".
Plantas anticâncer
Os extratos das folhas e dos caules de todas as espécies, em especial aCroton triqueter, apresentaram capacidade de sequestro de radicais livres, com mais eficiência nas folhas.
"Para as atividades antiproliferativas, 11 dos 12 extratos demonstraram atividade contra as dez linhagens de células cancerígenas analisadas e nenhum foi tóxico à linhagem de controle, composta por células normais", destaca Daniela.
As linhagens celulares utilizadas na pesquisa foram de câncer de mama, melanoma, glioma, cólon, ovário resistente a múltiplos fármacos, pulmão, próstata, ovário, leucemia e rim.

"Os resultados demonstram alta potencialidade para alguns extratos, como o das folhas de Astrea comosa e das folhas e caules de Croton campestris para as linhagens tumorais de pulmão, mama e leucemia, sugerindo que os estudos sobre eles devem ser aprofundados", sugere a bióloga.
Benefícios dos gêneros Croton e Astraea
Como o trabalho se concentrou nos extratos brutos, as substâncias responsáveis pelas atividades não foram isoladas.
"Trata-se de um estudo preliminar, para identificar se as espécies possuem ou não potencial para investimentos, públicos e privados, e maiores investigações", afirma a bióloga. "Muitos experimentos são necessários para que uma das substâncias vire um medicamento, é difícil prever o tempo que será necessário até que o fármaco esteja disponível".
De acordo com Daniela, diversas espécies dos gêneros Croton e Astraea possuem atividade comprovada pelos cientistas.
"O látex vermelho de Croton lechleri apresenta atividades antibacteriana e inibidora da proliferação de células da leucemia e os extratos aquosos e etanólicos de Croton schideanus têm atividade vaso-relaxante e anti-hipertensiva", conta. "Na Croton cajucara, comprovaram-se efeitos hipolipidêmico e hipoglicêmico, além de antiestrogênico e antitumoral".

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

10 transgênicos que você pode estar comendo sem saber



Animais e plantas geneticamente modificados
No final de dezembro passado, a agência que zela pela segurança alimentar nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration) aprovou para consumo um tipo de salmão geneticamente modificado, reacendendo o debate sobre a segurança dos transgênicos e suas implicações éticas, econômicas sociais e políticas.
É a primeira vez que um animal geneticamente modificado é aprovado para consumo humano.
Mas muitos consumidores nos Estados Unidos, Europa e Brasil, regiões em que os organismos geneticamente modificados (OGMs) em questão de poucos anos avançaram em velocidade surpreendente dos laboratórios aos supermercados, passando por milhões de hectares de áreas cultiváveis, continuam desconfiados da ideia do homem cumprindo um papel supostamente reservado à natureza ou à evolução - e guardam na memória os efeitos nocivos, descobertos tarde demais, de "maravilhas" tecnológicas como o DDT e a talidomida.
Boa parte do público ainda teme possíveis efeitos negativos dos transgênicos para a saúde e o meio ambiente.
Pesquisas de opinião nos Estados Unidos e na Europa, entretanto, indicam que a resistência aos OGMs tem caído, refletindo, talvez, uma tendência de gradual mudança de posição da percepção pública.
Polêmica científica
As principais academias de ciências do mundo e instituições como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) insistem em dizer que os transgênicos são seguros e que a tecnologia de manipulação genética realizada sob o controle dos atuais protocolos de segurança não representa risco maior do que técnicas agrícolas convencionais de cruzamento de plantas.
Mas muitos cientistas discordam, ainda que os alertas não ganhem nas manchetes a mesma importância que os anúncios dos eventuais benefícios dos transgênicos.
Pesquisas já demonstraram que os vegetais consumidos podem alterar os genes humanos, e até livros já foram escritos mostrando o risco de que os transgênicos espalhem-se pela natureza.
A preocupação é ainda maior no caso dos animais transgênicos, como é o caso dos mosquitos transgênicos soltos no Brasil e em outros países para combater a dengue, e cujos efeitos sobre o homem não são conhecidos.
Salmão transgênico
O salmão transgênico, que pode chegar às mesas de jantar em 2014, será o primeiro animal geneticamente modificado (GM) consumido pelo homem.
Vários produtos transgênicos já estão nos supermercados, um fato que pode ter escapado a muitos consumidores - apesar da discreta rotulagem obrigatória, no Brasil e na UE, de produtos com até 1% de componentes transgênicos.
Veja abaixo uma lista com 10 produtos e derivados que serve de exemplo de como os transgênicos entraram, estão tentando ou mesmo falharam na tentativa de entrar na cadeia alimentar.
Milho transgênico
Com as variantes transgênicas respondendo por mais de 85% das atuais lavouras do produto no Brasil e nos Estados Unidos, não é de se espantar que a pipoca consumida no cinema, por exemplo, venha de um tipo de milho que recebeu, em laboratório, um gene para torná-lo tolerante a herbicida, ou um gene para deixá-lo resistente a insetos, ou ambos.
Dezoito variantes de milho geneticamente modificado foram autorizadas pelo CTNBio, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia que aprova os pedidos de comercialização de OGMs.
O mesmo pode ser dito da espiga, dos flocos e do milho em lata que você encontra nos supermercados. Há também os vários subprodutos - amido, glucose - usados em alimentos processados (salgadinhos, bolos, doces, biscoitos, sobremesas) que obrigam o fabricante a rotular o produto.
O milho puro transgênico não é vendido para consumo humano na União Europeia, onde todos os legumes, frutas e verduras transgênicos são proibidos para consumo - exceto um tipo de batata, que recentemente foi autorizado, pela Comissão Europeia, a ser desenvolvido e comercializado. Nos Estados Unidos, ele é liberado e não existe a rotulação obrigatória.
Óleos de cozinha geneticamente modificados
Os óleos extraídos de soja, milho e algodão, os três campeões entre as culturas geneticamente modificadas - e cujas sementes são uma mina de ouro para as cerca de dez multinacionais que controlam o mercado mundial - chegam às prateleiras com a reputação "manchada" mais pela sua origem do que pela presença de DNA ou proteína transgênica.
No processo de refino desses óleos, os componentes transgênicos são praticamente eliminados. Mesmo assim, suas embalagens são rotuladas no Brasil e nos países da UE.
Soja transgênica
No mundo todo, o grosso da soja transgênica, a rainha das commodities, vai parar no bucho dos animais de criação - que não ligam muito se ela foi geneticamente modificada ou não.
O subproduto mais comum para consumo humano é o óleo de cozinha, mas há ainda o leite de soja, tofu, bebidas de frutas e soja e a pasta missô, todos com proteínas transgênicas (a não ser que tenham vindo de soja não transgênica).
No Brasil, onde a soja transgênica ocupa quase um terço de toda a área dedicada à agricultura, a CTNBio liberou cinco variantes da planta, todas tolerantes a herbicidas - uma delas também é resistente a insetos.
Mamão papaia transgênico
Os Estados Unidos são o maior importador de papaia do mundo - a maior parte vem do México e não é transgênica.
Mas muitos norte-americanos apreciam o papaia local, produzido no Havaí, Flórida e Califórnia.
Cerca de 85% do papaia do Havaí, que também é exportado para Canadá, Japão e outros países, vem de uma variedade geneticamente modificada para combater um vírus devastador para a planta.
A fruta não é vendida no Brasil, nem na Europa.
Queijo transgênico
Aqui não se trata de um alimento derivado de um (OGM) organismo geneticamente modificado, mas de um alimento em que um OGM contribuiu em uma fase de seu processamento.
A quimosina, uma enzima importante na coagulação de lacticínios, era tradicionalmente extraída do estômago de cabritos - um procedimento custoso e "cruel".
Biotecnólogos modificaram microrganismos como bactérias, fungos ou fermento com genes de estômagos de animais, para que estes produzissem quimosina. A enzima é isolada em um processo de fermentação em que esses microrganismos são mortos.
A quimosina resultante deste processo - e que depois é inserida no soro do queijo - é tida como idêntica à que era extraída da forma tradicional. Essa enzima é pioneira entre os produtos gerados por OGMs e está no mercado desde os anos 90.
Notem que o queijo, em todo seu processo de produção, só teve contato com a quimosina - que não é um OGM, é um produto de um OGM.
Além disso, a quimosina é eliminada do produto final. Por isso, o queijo escapa da rotulação obrigatória.
Pão, bolos e biscoitos geneticamente modificados
Trigo e centeio, os principais cereais usados para fazer pão, continuam sendo plantados de forma convencional e não há variedades geneticamente modificadas em vista.
Mas vários ingredientes usados em pão e bolos vêm da soja, como farinha (geralmente, nesse caso, em proporção pequena), óleo e agentes emulsificantes como lecitina.
Outros componentes podem derivar de milho transgênico, como glucose e amido. Além disso, há, entre os aditivos mais comuns, alguns que podem originar de microrganismos modificados, como ácido ascórbico, enzimas e glutamato. Dependendo da proporção destes elementos transgênicos no produto final (acima de 1%), ele terá que ser rotulado.
Abobrinha transgênica
Seis variedades de abobrinha resistentes a três tipos de vírus são plantadas e comercializadas nos Estados Unidos e Canadá.
Ela não é vendida no Brasil ou na Europa.
Arroz transgênico
Uma das maiores fontes de calorias do mundo, mesmo assim, o cultivo comercial de variedades modificadas fica, por enquanto, na promessa. Vários tipos de arroz estão sendo testados, principalmente na China, que busca um cultivo resistente a insetos.
Falou-se muito no golden rice, uma variedade enriquecida com beta-caroteno, desenvolvida por cientistas suíços e alemães.
O "arroz dourado", com potencial de reduzir problemas de saúde ligados à deficiência de vitamina A, está sendo testado em países do sudeste asiático e na China, onde foi pivô de um recente escândalo: dois dirigentes do projeto foram demitidos depois de denúncias de que pais de crianças usadas nos testes não teriam sido avisados de que elas consumiriam alimentos geneticamente modificados.
Feijão transgênico
A Empresa Brasileira para Pesquisa Agropecuária (Embrapa), conseguiu em 2011 a aprovação na CTNBio para o cultivo comercial de uma variedade de feijão resistente ao vírus do mosaico dourado, tido como o maior inimigo dessa cultura no país e na América do Sul.
As sementes devem ser distribuídas aos produtores brasileiros - livre de royalties - em 2014, o que pode ajudar o país a se tornar autossuficiente no setor.
É o primeiro produto geneticamente modificado desenvolvido por uma instituição pública brasileira.
Salmão transgênico
Após a aprovação prévia da FDA, o público e instituições americanos têm um prazo de 60 dias (iniciado em 21 de dezembro) para se manifestar sobre o salmão geneticamente modificado para crescer mais rápido.
Em seguida, a agência analisará os comentários para decidir se submete o produto a uma nova rodada de análises ou se o aprova de vez.
Francisco Aragão, pesquisador responsável pelo laboratório de engenharia genética da Embrapa, afirma que tem acompanhado o caso do salmão "com interesse", e que não tem dúvidas sobre sua segurança para consumo humano.
"A dúvida é em relação ao impacto no meio ambiente. (Mesmo criado em cativeiro) O salmão poderia aumentar sua população muito rapidamente e eventualmente eliminar populações de peixes nativos. As probabilidades de risco para o meio ambiente são baixas, mas não são zero...na natureza não existe o zero".
Transgênicos que não deram certo
A primeira fruta aprovada para consumo nos Estados Unidos foi um tomate modificado para aumentar sua vida útil após a colheita, o "Flavr Savr tomato".
Ela começou a ser vendida em 94, mas sua produção foi encerrada em 97, e a empresa que o produziu, a Calgene, acabou sendo comprada pela Monsanto.
O tomate, mais caro e de pouco apelo ao consumidor, não emplacou.
O mesmo ocorreu com uma batata resistente a pesticidas, lançada em 95 pela Monsanto: a New Leaf Potato.
Apesar de boas perspectivas iniciais, ele não se mostrou economicamente rentável o suficiente para entusiasmar fazendeiros e foi tirada do mercado em 2001.
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