segunda-feira, 30 de julho de 2012

Café de tucumã é naturalmente descafeinado

Descafeinado
Produzido com a amêndoa do fruto do tucumã, o café da Amazônia está fazendo sucesso na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Segundo a professora de química Alessandra Lopes Guimarães, coordenadora do estudo, a descoberta do café ocorreu por acaso, na busca de potencialidades do fruto bastante conhecido na Amazônia.
"Junto com meus alunos do ensino médio, ao pesquisar o fruto, começamos a sentir um cheiro muito forte, semelhante ao do café. Depois de algumas análises, chegamos ao produto", contou ela, que é professora da rede pública do Amazonas.
O pó de café de tucumã tem o mesmo aspecto e odor do tradicional, "com o benefício de ser descafeinado", relatou a professora.

Café de tucumã é naturalmente descafeinado
O café de tucumã foi descoberto por uma professora do ensino médio da rede pública do Amazonas, e agora está sendo estudado com vistas à comercialização. [Imagem: Agência Brasil]

Aproveitamento do tucumã
O tucumã é ingrediente de várias receitas amazonenses.
Com a polpa é possível fazer sorvete, iogurte, bolo e o X-Caboclinho, sanduíche regional com presunto, queijo coalho e o fruto. "É o preferido da região", disse a pesquisadora.
A amêndoa do tucumã também pode ser usada para extração de óleo, manteiga e azeite.
O fruto do tucumanzeiro, palmeira espinhosa que chega a alcançar 15 metros de altura, é colhido ao cair, quando maduro.
A casca também é aproveitada para produção de adubo, e o caroço serve para artesanato.
"Nós que vivemos em comunidades rurais e ribeirinhas temos dificuldades de ir até a cidade, muitas vezes por falta de acessibilidade. Para compensar, aproveitamos ao máximo todas as possibilidades que a mata tem a nos oferecer. Então, com esse fruto, que nasce dentro da mata bruta, extraímos o máximo de possibilidades. Ela não deixa nos faltar nada", ressaltou.
Café de tucumã
De acordo com Alessandra Lopes, o café de tucumã está em fase experimental e ainda não é produzido comercialmente.
"Por meio da extração do óleo do tucumã, demonstramos, por exemplo, que as riquezas naturais de nossa região são infinitas e podem servir como alternativa alimentícia saudável. Utilizados de maneira adequada, estes recursos podem, inclusive gerar renda aos que vivem na Amazônia," citou a professora.
Aplicado nos anos de 2011 e 2012, o projeto "Produção de café por meio da extração do óleo de tucumã" teve como bolsistas e participantes diretos os estudantes Israel Fernandes, Egle Angélica, Taiane dos Santos, Késsia Jéssica e Jéssica dos Santos, todos do 2º e 3º ano do ensino médio da escola estadual Gilberto Mestrinho, localizada em Tefé.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pneus feitos com borracha natural de plantas alternativas

Pneus são feitos de borracha natural de plantas alternativas




Biopneus
Engenheiros europeus apresentaram os primeiros protótipos de pneus feitos inteiramente com borracha natural a partir de plantas consideradas alternativas.
Os biopneus foram fabricados com o látex das plantas guaiúle (Parthenium argentatum) e dente-de-leão da Rússia (Taraxacum kok-saghyz), um parente do dente-de-leão encontrado no Brasil (Taraxacum officinale).
A inovação é fruto de um esforço conjunto entre cientistas de várias instituições de oito países, reunidos pela União Europeia em torno do projeto EU-PEARLS.
Os protótipos estão sendo produzidos pela fabricante de pneus alemã Apollo Vredestein.
Mercado de borracha
Um dos objetivos do projeto é reduzir a dependência da Europa em relação ao látex importado da Ásia.
Além dos pneus, o material é indispensável para um sem-número de setores, e essencial para a fabricação de ítens como luvas cirúrgicas e camisinhas.
Todo o látex usado na Europa vem da seringueira (Hevea brasiliensis), cujos maiores produtores mundiais são Malásia, Indonésia e Tailândia.
Assim, o principal resultado do projeto foi identificar espécies produtoras de látex que se adequassem ao cultivo no clima europeu: o guaiúle deu-se bem na região do Mediterrâneo, enquanto o dente-de-leão da Rússia é mais adequado para as regiões mais frias.
O guaiúle já está sendo cultivado comercialmente na Espanha, mas o látex do dente-de-leão da Rússia mostrou-se de mais fácil extração.

terça-feira, 10 de julho de 2012

10 maneiras de usar a casca de ovo


http://planetasustentavel.abril.com.br


Composta basicamente de cálcio, a "embalagem" desse alimento serve para proteger a parte interna, onde se desenvolve o embrião. Em vez de jogar a casquinha fora depois de preparar o ovo, guarde-a para utilizá-la no jardim, na limpeza, na cozinha e até na decoração


1. Mosaico diferente 
Se você gosta de fazer arte em casa, esmague cascas de ovos - antes lave-as e seque-as no forno - em pedacinhos pequenos e cole-os na tampa de uma caixa de madeira, formando um grande mosaico. Depois, é só colorir tudo com tinta plástica. 

2. Decoração de festa 
Que tal pintar ovos e recheá-los com confete de chocolate para dar como lembrança de Páscoa, aniversário, chá de bebê...? Fure uma das extremidades da casca com agulha e, com cuidado, abra uma pequena tampa na outra ponta. Assopre pelo buraco menor para que a clara e a gema saiam pela abertura do outro lado. Higienize o interior com água e sabão e seque a casca no forno. Daí é só preencher com os confetes, fechar a abertura com papel de seda e decorar com canetinha colorida, tinta, glitter... 

3. Controle de pragas 
Para impedir que lesmas e lagartas ataquem seus vasos, espalhe cascas de ovos esmagadas na terra, ao redor das plantinhas. O cálcio do invólucro do ovo mudará rapidamente o pH (índice de acidez) do solo, tornando-o menos ácido e afastando os bichinhos. Assim você evita o uso de pesticidas químicos! 

4. Café menos ácido 
Duas substâncias presentes nos grãos - o ácido clorogênico lactonas e o fenil indane - provocam acidez, que muitas vezes ataca estômagos mais sensíveis. Para neutralizá-la, use o pH alcalino da casca do ovo. Basta colocar uma casca (limpa) no filtro da cafeteira. A bebida não perde o sabor. 

5. Abrasivo ecológico 
Pense em quantas palhas de aço vão para o lixo diariamente e poluem o planeta. Pois cascas de ovos limpas e esmagadas substituem com eficiência esse produto na hora de limpar panelas e frigideiras. Basta colocar um punhado na esponja já ensaboada. 

6. Sementeiras práticas 
Se você gosta de ter à mão temperos frescos, experimente usar a casca de ovo como sementeira no seu jardim. Preencha metade de várias cascas com terra, coloque dentro a semente desejada e plante-as. Como as cascas são biodegradáveis (ao contrário dos potes plásticos), a muda fica em contato direto com o solo depois para crescer. 

7. Terra superfértil! 
A compostagem (decomposição de resíduos orgânicos, como restos de vegetais e legumes crus, que depois são transformados em nutrientes para a terra) é o método mais eficiente para reduzir o lixo doméstico. As cascas de ovos degeneram-se rapidamente numa pilha de compostagem, contribuindo com cálcio e outros minerais valiosos para o solo. Suas plantinhas ficarão mais fortes e bonitas!  

8. Moldes para gelatina 
Torne mágica a hora da sobremesa. Fure uma das extremidades da casca do ovo com agulha e, cuidadosamente, abra uma pequena abertura na outra ponta. Assopre o buraquinho menor para que a clara e a gema saiam do outro lado. Limpe o interior com água e sabão e seque a casca no forno. Agora preencha-a com o líquido da gelatina e feche o furinho menor com esparadrapo. Coloque o "recipiente" em pé na caixa de ovo e leve à geladeira para a gelatina endurecer. Retire o esparadrapo antes de servir (as crianças devem quebrar o "ovo" na hora de comer). 

9. Lâminas afiadas 
De tempos em tempos, triture algumas cascas de ovo (lave-as e coloque-as no forno para secar) no liquidificador. O atrito delas com as lâminas deixa o metal afiado. E não jogue fora o pó que se formou - guarde-o num vidro em temperatura ambiente. Rico em cálcio, ele pode ser misturado na farinha de bolos e pães (basta uma pitada) para complementar a necessidade do mineral na alimentação. 

10. Alívio para picadas 
Se você ou alguém da família passa o verão sofrendo com a alergia causada por picadas de mosquito, tenha sempre à mão esta receitinha natural, que alivia a vermelhidão e a coceira. Lave, seque e esmague a casca de ovo e deixe-a de molho por 2 dias num pequeno frasco de vinagre de maçã. Passe a solução na área afetada três ou mais vezes ao dia. Durante o molho no vinagre, forma-se o sal acetato de cálcio que, ao cristalizar, esquenta a pele trazendo sensação de conforto.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Cagaita: fruta do Cerrado é rica em vitamina C e antioxidantes

Cagaiteira
Cagaita: o nome é bastante estranho, mas tem lá sua razão de ser.
Azedinhos, os frutos da cagaiteira, quando comidos em grande quantidade, especialmente se estiverem quentes do sol, têm efeito laxativo.
Suas folhas, no entanto, preparadas em infusão, têm efeito exatamente oposto.
Mas o que mais está chamando a atenção dos pesquisadores são os elevados níveis de vitamina C e a presença de antioxidantes na composição da fruta do Cerrado.
Popular no Centro-Oeste brasileiro e praticamente desconhecida no restante do país, só agora a cagaita (Eugenia dysenterica) começa a ser "redescoberta" pela ciência.
Preservação do Cerrado
A vitamina C - em níveis superiores aos encontrados em muitas frutas convencionalmente cultivadas - e os antioxidantes abrem a possibilidade de usar a cagaita em bebidas funcionais e isotônicas, além de aproveitá-las em geleias.
"Com o boom das bebidas isotônicas e refrigerantes, o que estamos propondo são novas opções de sabores, com a vantagem de se aproveitar as propriedades antioxidantes e a vitamina C da fruta", afirma Lucia Maria Jaeger de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Ela explica que, nas áreas do Cerrado brasileiro, onde laranjas e outros cítricos do gênero não são tão abundantes, frutas como a cagaita oferecem uma fonte de vitamina C acessível à população.
O aproveitamento da cagaita também terá importantes impactos sociais e ambientais.
Cagaita: fruta do Cerrado é rica em vitamina C e antioxidantes
A exploração comercial da cagaiteira contribuiria para a fixação no campo dos pequenos agricultores da região região do Cerrado, um dos biomas mais devastados do país. [Imagem: Wikimedia/Jorge Stolfi]
Contribuiria, por exemplo, para a fixação no campo dos pequenos agricultores da região região do Cerrado, um dos biomas mais devastados do país, permitindo ainda a ampliação do cultivo dessas árvores nativas, que vêm perdendo espaço para a formação de pastos.
Carotenoides
As pesquisadoras Ediane Ribeiro e Patrícia Gomes, por sua vez, lançaram mão de recursos de alta tecnologia para estudar a cagaita a fundo.
Suas análises revelaram que a cagaita contém 90% de água; 0,25% a 0,33% de minerais; 1,85% a 2,03% de proteínas; 0,20% a 0,36% de lipídios; e 7,62% a 8,73% de carboidratos.
A polpa, com ou sem casca, contém bom conteúdo de açúcares e baixo valor calórico.
Sua boa capacidade antioxidante vem da vitamina C e dos carotenoides - substâncias que lhe conferem a coloração amarelada, como a luteína e a zeaxantina.
"Por todas essas propriedades, nossa meta é estudar formas de aproveitar a cagaita em alimentos, sem reduzir sua atividade antioxidante ou seus níveis de vitamina C," resumiu a pesquisadora.
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