quinta-feira, 5 de agosto de 2010

No Brasil 4,3 milhões de hectares de terras agrícolas pertencem a estrangeiros

No Brasil, 4,3 milhões de hectares foram comprados por estrangeiros e distribuem-se entre 3.694 mil municípios localizados, na maior parte das vezes, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. O total revela a fragilidade do sistema brasileiro, que não possui limitações quanto à ocupação de terras no território nacional.

Dentre os Estados da federação, Mato Grosso é o que apresenta maior concentração de terras por proprietários de fora do país. Uma área de 844 mil hectares em está sob domínio estrangeiro, seja por grupos ou corporações internacionais e fazendeiros, entre outros. Na maior parte das vezes, o capital “gringo” destina-se a subsidiar atividades ligadas ao agronegócio, como a produção de grãos (soja, milho e demais), cana-de-açúcar, algodão.
Isto quer dizer que, com o passar do tempo, o interesse pelo território mato-grossense aumentou e a introdução do capital de outros países estabeleceu uma competição com os produtores nacionais. O resultado da equação foi um: o preço da terra no Estado aumentou 300% nos últimos quatro anos, segundo identificou o Instituto Nacional de Reforma e Colonização Agrária.

Os números do Sistema Nacional de Cadastro Rural, do Incra, mostram que os 844 mil hectares estão distribuídos entre 1.229 propriedades em Mato Grosso. A preferência pelo Estado – essencialmente agrícola – colocou-o em uma posição absoluta. Noutras unidades federadas, apesar do total de propriedades ser maior, suas áreas são menores.

É o caso de São Paulo, onde 12.291 propriedades foram adquiridas. A área corresponde a 491 mil hectares e a produção de cana-de-açúcar predomina. No Paraná, são 5.130 propriedades (299 mil hectares) adquiridas por meio de capital estrangeiro. Ao lado de Mato Grosso, São Paulo e Paraná, os maiores índices de concentração de terras verificam-se no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia. Cerca de 60% das terras estrangeiras no Brasil localizam-se nestes Estados.

Nos seis, o tamanho das áreas destinadas à exploração econômica varia. Alguns possuem entre 2 e 5 cinco mil hectares. Outros, de 5 a 10 mil hectares. Há também 10 mil a 20 mil hectares além de outras superiores a 20 mil hectares.

Ao Só Notícias, o Incra informou que os números sobre a distribuição de terras podem sofrer alteração. Isto porque, segundo o órgão, os dados são constantemente verificados pelo Sistema Nacional de Cadastro Rural e, eventualmente, corrigidos, em função das informações depuradas pelas regionais do Incra nos Estados.

Fonte: Leandro J. Nascimento/Só Notícias, com o Observatório
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