sábado, 24 de dezembro de 2011

Revista Agroecologia da Emater/RS-Ascar ganha versão digital



Já está disponível no site da Emater/RS-Ascarwww.emater.tche.br - a versão digital daRevista Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável. A edição de dezembro de 2011, a primeira após a retomada da publicação, pode ser folheada na íntegra pela Internet, assim como as 12 edições anteriores, que circularam entre janeiro de 2000 e outubro de 2002. A Revista tem periodicidade quadrimestral.

Com esta iniciativa a Instituição promove o debate sobre Agroecologia e desenvolvimento rural sustentável através da publicação de artigos científicos, resenhas, relatos de experiências, entre outros textos que visam tanto a abordagem teórica como a divulgação de práticas nessas áreas.

A primeira edição desta nova fase da Revista apresenta três artigos científicos, que abordam os conceitos e os princípios da agroecologia, o consumo e a produção de alimentos na agricultura familiar e a soberania alimentar e a agrodiversidade, com estudo de caso no município de Guaraciaba. 

Em artigo de opinião, o presidente da Associação Brasileira de Agroecologia, Francisco Caporal, avalia criticamente a Lei de Ater. A publicação apresenta ainda entrevista com o professor da Universidade Agrícola de Wageningen, nos Países Baixos (Holanda), Jan Douwe van der Ploeg, que aborda a importância social da agricultura familiar e da produção ecológica.

A próxima edição da Revista Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável será publicada em março de 2012. A Emater/RS-Ascarprepara a publicação de novo edital para a publicação de artigos científicos na revista.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Agrotóxico é a segunda maior causa de intoxicação

Agrotóxico na cidade
O Brasil registrou 5.204 casos de intoxicação por agrotóxico de uso na agricultura em 2009.
É o que mostram os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Quase 60% das notificações ocorreram nas cidades.
O agrotóxico de uso agrícola é a segunda causa de intoxicação no país, perdendo somente para os medicamentos, que somaram 26.540 registros em 2009.
O grande número de casos na área urbana está relacionado à venda clandestina de agrotóxicos granulados, mais conhecidos como chumbinho (por serem comercializados em forma de bolinhas na cor cinza).
Nas cidades, a substância é vendida ilegalmente, principalmente em feiras e camelôs, como veneno para matar ratos e baratas, segundo a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner.
Chumbinho
A substância aldicarbe, usada na fabricação de chumbinho, só pode ser vendida no atacado e para clientes cadastrados.
Desde dezembro de 2010, o Brasil não importa aldicarbe. O ingrediente pode engrossar a lista dos banidos do país nos próximos anos.
O uso do aldicarbe é autorizado apenas para controle de pragas nas plantações de cítricos e de cana-de-açúcar.
Dos casos de intoxicação identificados em 2009, 2.491 foram tentativas de suicídio, equivalente a 47% do total. Em segundo lugar, a intoxicação aconteceu no trabalho, com 1.158 casos.
A maioria das vítimas de intoxicação por uso de agrotóxico é do sexo masculino (3.237) e tem de 20 a 29 anos de idade (2.491).
Intoxicação do trabalhador rural
Apesar da prevalência de casos nas cidades, a coordenadora Rosany Bochner ressalta que o trabalhador rural tem mais risco de sofrer intoxicação por exposição ao agrotóxico.
A coordenadora reconhece que existe uma subnotificação de casos no país porque os próprios médicos deixam de registrar casos dessa natureza. Além disso, os centros de coleta de informações estão concentrados nas grandes cidades.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, para cada notificação de intoxicação por agrotóxico, 50 deixem de ser declaradas.
"As notificações ainda não são feitas como deveriam. Em muitos casos, o profissional [de saúde], quando atende uma pessoa intoxicada, não faz essa relação com o agrotóxico. Às vezes, nem pergunta se a pessoa trabalha com agrotóxico ou se ela está exposta a esse tipo de produto. Isso passa despercebido e não é feita a notificação", explica Rosany.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Frutíferas e Plantas Úteis na vida Amazônica, livro para download gratuito

Oyakaha é uma Ong que mantém um espaço para atividades e conservação na Amazônia. No site deles, além de boas informações, é possível baixar bons materiais. Veja abaixo dois excelentes itens disponibilizados:




Frutíferas e Plantas Úteis na vida Amazônica - 2005, 296 páginas, português, Patricia Shanley e Gabriel Medina
Este livro sobre plantas úteis da Amazônia é mesmo maravilhoso e muito útil. É facil para ler e dá muitos avisos práticos incluindo valores nutricionais, propriedades medicinais e outros usos de várias frutas e plantas. Este livro mostra como plantar e também dá indicações sobre os valores economicos das frutas e plantas. É permitido copiar este livro para fins educativos e não comerciais. Para baixar, CLIQUE AQUI.



APOSTILA DO EDUCADOR AGROFLORESTAL, 2003, 76 páginas, português, Fabiana Mongeli Peneieiro, Flavio Quental Rodrigues, Marinelson de Oliveira Brilhante, Thomas Ludewigs
Para baixar, CLIQUE AQUI.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Tu Youyou, a modesta mulher que venceu a malária


Descoberta da artemisinina
Apesar dos constantes esforços para o desenvolvimento de uma vacina contra a malária, o melhor medicamento contra a doença continua sendo a artemisinina.
Este composto, derivado da planta medicinal chinesa Artemisia annua, ou Qinghaosu, tem um elemento curioso em sua história: até há pouco, ninguém sabia quem o havia descoberto.
Todas as referências citam que a artemisinina foi "descoberta na China nos anos 1970". Mas descoberta por quem?
Descobrir isto foi o trabalho de detetive a que se propôs Louis Miller, um pesquisador da malária do Instituto Nacional de Saúde nos Estados Unidos.
Ao participar de uma reunião em Shangai sobre a doença, ele se espantou ao descobrir que os próprios chineses também não sabiam a resposta.
Tu Youyou
Em tempos de Revolução Cultural, o grupo era mais importante do que o indivíduo, e divulgar nomes de cientistas nunca foi uma prioridade em um período em que as próprias publicações científicas chegaram a ser proibidas pela China.
Depois de revisar artigos, manuscritos e até atas de reuniões na época consideradas secretas, Miller chegou finalmente à resposta que procurava.
Tu Youyou, agora com 80 anos, descobriu a artemisinina em uma história digna de um roteiro de cinema. E ela encara toda a sua vida de trabalho e de pesquisas com um desprendimento difícil de encontrar fora dos scripts dos grandes heróis.
Há poucos dias, ela teve seu trabalho finalmente reconhecido ao receber o Prêmio Lasker, a principal comenda médica dos Estados Unidos.
Perguntada sobre o que ela achava da homenagem, Youyou respondeu: "Fiquei grata pelo prêmio. Mas eu me sinto mais recompensada quando vejo tantos pacientes curados."
A modesta mulher que descobriu a artemisinina e venceu a malária
Qinghao, ou Artemisia anua, a planta que produz o composto ativo artemisinina. [Imagem: Wikipedia/Jorge Ferreira]
Medicina tradicional e medicina moderna
Durante a Revolução Cultural, em 1967, Youyou foi retirada de sua casa, afastada da família e enviada para a região de maior incidência de malária na China graças ao seu currículo exemplar: ela era versada na ciência ocidental e na ciência tradicional chinesa.
Depois que mais de 240.000 compostos químicos já haviam sido testados no Ocidente, sem qualquer efeito contra a malária, era necessário alguém que pudesse escarafunchar a extensa biblioteca medicinal da China tradicional, sem repetir o trabalho já feito no Ocidente.
Ao retornar para casa, depois de cumprida sua tarefa, a filha de Youyou, deixada com quatro anos de idade, não a reconheceu e perguntou quem era aquela mulher estranha que se achava dona da casa.
Mas os anos de trabalho de Youyou não foram em vão.
Ela descobriu uma receita tradicional baseada em uma planta, a Artemisia annua, indicada para febres intermitentes - uma marca registrada da malária.
Youyou encontrou a receita em um livro escrita 1.600 anos atrás, mas teve antes que descobrir como retirar o composto ativo da planta, que se perde na preparação dos tradicionais chás, o que ela fez usando um solvente à base de éter, que ferve a 35 °C.
Responsabilidade
Depois de obter resultados excepcionais em animais, faltava testar o composto em humanos, tanto para aferir sua eficácia quanto sua segurança, ou atoxicidade.
Youyou testou a droga nela mesma: "Como chefe do grupo de pesquisas, eu tinha essa responsabilidade," contou ela, após receber o prêmio nos EUA.
Seu trabalho, sem a citação de seu nome, só foi publicado em 1977, quando o medicamento já estava sendo usado para salvar vidas no mundo todo.
Se ela sentiu falta do reconhecimento pelo seu trabalho? Ela mesma responde.
"O que eu fiz foi o que eu deveria ter feito como uma compensação pela educação que recebi de meu país," afirmou Youyou. "É responsabilidade dos cientistas continuarem buscando o bem-estar de todos os humanos."
De forma bastante inspiradora, o nome de Youyou poderia ser traduzido, do inglês, como Você-Você - uma lição em tempos de vaidades e muitos Eu-Eu.
A descoberta da artemisinina continua a ser um ponto de orgulho para a China, e muitos pesquisadores argumentam que essa descoberta mostra a importância de se pesquisar aservas medicinais tradicionais em busca de outras "pedras preciosas".

domingo, 4 de dezembro de 2011

Ecoeficiência de sacolas depende do comportamento do consumidor

Em tempos de ecoeficiência, há quem acredite que as sacolas retornáveis são a melhor opção na hora de fazer compras.
Mas, de acordo com um estudo inédito, realizado pela Fundação Espaço ECO e Instituto Akatu, não é tão simples assim dizer que as sacolas retornáveis são melhores para o meio ambiente.
O estudo concluiu que a a ecoeficiência de cada tipo de sacola depende do hábito do consumidor.
Ciclo de vida das sacolas plásticas
Os pesquisadores analisaram o chamado "ciclo de vida" de oito opções de sacolas disponíveis no mercado brasileiro.
Isso incluiu sacolas descartáveis (de polietileno tradicional, de polietileno de cana-de-açúcar e as aditivadas com promotor de oxibiodegradação) e algumas retornáveis (papel, ráfia, tecido e TNT - tecido não-tecido).
Todas foram avaliadas para um período de um ano.
Foram considerados vários cenários, envolvendo maior ou menor volume de compras, maior ou menor frequência de idas ao supermercado e de descarte do lixo, matéria-prima utilizada na produção das sacolas, capacidade de carga, custo de cada uma, número de vezes em que é utilizada, reutilização ou não da sacola como saco de lixo e envio ou não para reciclagem.
"Percebemos que cada material tem um desempenho mais adequado dependendo da função e da maneira como é empregado", explica o gerente de ecoeficiência da Fundação Espaço ECO, Emiliano Graziano.
Vantagens e desvantagens de cada tipo de sacola
Segundo o pesquisador, a relação entre o número de idas do consumidor ao supermercado, o número de vezes que ele dispõe seu lixo em sacolas plásticas e o tamanho de sua compra definem quais sacolas são mais eficientes do ponto de vista da preservação ambiental.
Segundo os pesquisadores, as sacolas descartáveis são vantajosas em um cenário considerado de poucas compras (até duas idas ao supermercado por semana).
Já em situações de mais compras (mais de três visitas semanais ao supermercado), as sacolas descartáveis só seriam vantajosas se usadas no descarte de lixo ao menos três vezes por semana.
As sacolas de papel não se mostraram vantajosas em relação às demais em nenhum tipo de cenário. O motivo é a baixa capacidade de carga, reúso e reciclagem.
"O papel, por ter ficado como alternativa mais impactante no caso base do estudo, não significa que será sempre pior nas situações em que pode ser substituído pelo plástico. Ou seja, o desempenho da sacola de papel, como também ocorre nas outras alternativas, está diretamente ligada ao seu eco design (forma, estrutura, quantidade de matéria-prima empregada) e à sua condição de uso e durabilidade," esclarece Graziano.
A sacola oxidegradável também não apresentou desempenho ambiental melhor do que a sacola descartável tradicional.
Polêmicas
O resultado é contrário ao que tem sido apregoado pela mídia, mas é coerente com outras pesquisas:
Este estudo, foi financiado pela Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, portanto, com interesses na questão.
Outra crítica é que o trabalho não incluiu entre os fatores de impacto ambiental o tempo de decomposição de cada um dos materiais, principal preocupação daqueles que se opõem às sacolas plásticas.
Ou seja, perdeu-se uma boa oportunidade para um parecer científico sobre o assunto.
Hoje a população recebe como informação apenas boatos e mitos: é possível encontrar na imprensa estimativas de degradação das sacolas plásticas que variam de 50 a 1.000 anos, sem a citação de nenhum estudo científico para embasar as afirmações.
Com informações da UFBA
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