A venda de produtos agrícolas brasileiros para mercados nacionais e internacionais, seguindo os princípios da sustentabilidade ambiental, acaba de ganhar um importante aliado. Lançado mundialmente no início de 2011, o Standards Map - clique aqui para acessar o site - começa a ser conhecido também no Brasil, oferecendo aos produtores de todo o país uma ferramenta útil ao processo de obtenção de certificação em normas voluntárias, ou seja, aquelas que são desenvolvidas por empresas e entidades não-governamentais.
O Standards Map é uma página web interativa que disponibiliza informações detalhadas sobre esse tipo de normativa aos mais diversificados produtos e mercados e permite uma análise comparativa entre eles. No site podem ser obtidas informações sobre 40 normas voluntárias disseminadas por mais de 160 países, cobrindo cerca de 40 setores produtivos. A ferramenta possui um banco de dados elaborado em estreita parceria com organizações certificadoras, mais de 200 recursos para pesquisa, incluindo artigos científicos, dissertações e casos de sucesso, entre outros materiais para consulta.
As vantagens da certificação dos produtos agrícolas são muitas: acesso a novos mercados, incremento da lucratividade, melhor eficiência produtiva, otimização da imagem corporativa, estímulo ao bem-estar e motivação dos funcionários e, ainda, produção de impactos ambientais positivos.
"As vendas de produtos certificados, como Organic, Fairtrade,Rainforest Alliance, Utz Certified, têm crescido substancialmente quando comparado com produtos convencionais não-certificados", explica Leonardo Fernandes, analista para o mercado agrícola doPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Na média mundial, os produtos certificados Fairtrade tiveram acréscimo de 15% nas vendas mesmo durante o auge da crise econômico-financeira de 2009.
Outra demonstração de que o uso de normas voluntárias no mercado agrícola está em ascensão é a recente decisão da Comissão Europeia(CE) de estabelecer a meta de 50% em Green Public Procurementque estimula a aquisição de produtos agrícolas sustentáveis no âmbito do bloco europeu. "Neste contexto", explica Fernandes, "o Standard Map apresenta-se como uma excelente ferramenta que possibilita a sistematização e a customização de informações fundamentais aos produtores que querem aumentar ou conquistar esse crescente mercado."
O desenvolvimento do Standard Map insere-se nas iniciativas doPrograma de Promoção ao Comércio para o Desenvolvimento Sustentável (T4SD, da sigla em inglês), resultado de uma parceria daConferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento(UNCTAD) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), com o objetivo de disseminar informações sobre normas voluntárias e ampliar a sustentabilidade na produção manufatureira em âmbito internacional.
Todas as informações disponibilizadas na página podem ser acessadas gratuitamente, basta o usuário fazer um rápido cadastramento. O site atualmente é apresentado em inglês, francês e espanhol e até janeiro de 2012 terá também versão em português.
BENEFICIÁRIOS
Dentre os principais beneficiários dessa ferramenta estão pequenos e médios produtores agrícolas que desejam oferecer um diferencial aos compradores, governos interessados em desenvolver uma estratégia de desenvolvimento sustentável, agências de promoção ao comércio e ONGs.
Veja alguns exemplos de quem pode se beneficiar do Standard Map e como.
Um exportador agrícola brasileiro que está pensando em diversificar suas exportações para novos mercados consumidores pode, através da ferramenta, descobrir:
- Quais certificações são reconhecidas pelos seus atuais consumidores;
- Quais certificações são aplicáveis ao seu respectivo produto;
- Quais são os requisitos para se obter essas certificações, os mecanismos de implementação e os potenciais custos.
Um investidor estrangeiro que está considerando o Brasil em seus novos investimentos no setor agrícola pode identificar:
- Quais certificações presentes no Brasil são aplicáveis ao mercado agrícola;
- Quais são os potenciais impactos dessas certificações no Brasil e como esses impactos podem influenciar a tomada de decisão desses investidores.
Uma empresa de beneficiamento e agronegócio que deseja ampliar seus potenciais fornecedores e, assim, reduzir os riscos na sua cadeia produtiva pode verificar:
- Se uma certificação pode minimizar riscos existentes na sua cadeia produtiva;
- Quais são os produtos que podem ser certificados;
- Quais são as certificações com maior potencial para reduzir estes riscos, os quais incluem sistemas de rastreabilidade e procedimentos de garantia, por exemplo.
APRENDA SOBRE A FERRAMENTA
Conheça melhor a ferramenta Standards Map acessando os seguintes documentos nos formatos PDF e Power Point.
SAIBA MAIS
Normas voluntárias
São desenvolvidas por entidades não-governamentais, associações, companhias, entre outros modelos institucionais. Dessa forma, o cumprimento de tais certificações não é legalmente obrigatório ou requerido por governos ou instituições multilaterais. Também se diferenciam das certificações compulsórias que possuem obrigatoriedade de execução.
Green commodities
O PNUD lançou o programa de Green Commodities Facility em 2009, com a missão de conectar mercados globais, governos e agricultores para fortalecer a capacidade dos países de ampliar a produção e venda de commodities agrícolas sustentáveis. Um dos focos específicos do programa refere-se à relação entre produção agrícola e mudanças climáticas e seus impactos na redução do desmatamento, manutenção dos ecossistemas e conservação do habitat natural. Diversos projetos estão em andamento atualmente, dentre os quais destacam-se: carne bovina, cacau, café, algodão, dendê, abacaxi, arroz, camarão, açúcar, chá, atum e madeira.
International Trade Centre (ITC)
Instituição em operação desde 1964, o International Trade Centreauxilia o Sistema das Nações Unidas, bem como suas respectivas agências, na elaboração de técnicas e ferramentas comerciais. Atua em parceria com a OMC e UNCTAD na consolidação de novas estratégias comerciais em prol de um ambiente produtivo mais sustentável.
FONTE: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
via http://www.agrosoft.org.br
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