sábado, 28 de maio de 2011

Só organização viabiliza a agricultura sustentável

Participantes de debate no Senado dizem que passo inicial para avanços tecnológicos e ambientais na produção é orientar os agricultores sobre as práticas sustentáveis

Rodrigo Justus de Brito e Paulo Guilherme Cabral (C), com o presidente da Subcomissão Rio+20, senador João Pedro (D)

O primeiro passo na transição da agricultura brasileira para um modelo de produção sustentável deve ser a organização dos produtores. O ponto de vista foi expresso ontem pelos participantes de debate pela Subcomissão Temporária de Acompanhamento da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), vinculada à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

Para ajudar o país a ter uma posição de liderança na Rio+20, a conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável prevista para junho de 2012 no Rio de Janeiro, a subcomissão, presidida por João Pedro (PT-AM), está ouvindo especialistas e, até setembro, fará reuniões também nos estados.

Para o assessor do Departamento de Produção e Sustentabilidade do Ministério da Agricultura Helinton Rocha, a organização dos produtores, via associações e cooperativas, pode ajudá-los a se beneficiarem do fair trade (comércio justo), modalidade de transação internacional que, além de preços justos, valoriza padrões sociais e ambientais equilibrados nas cadeias produtivas.

Dificuldades

O diretor do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Paulo Guilherme Cabral disse que, sem a organização dos agricultores, o país terá dificuldades para adotar práticas produtivas sustentáveis.

O assessor técnico da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil Rodrigo Justus de Brito disse que é preciso mostrar aos produtores as vantagens do novo modelo produtivo. Segundo ele, é preciso que eles "sintam no bolso" a importância dessas práticas, como fizeram quando passaram a adotar o manejo integrado de pragas.

Sebastião Barbosa, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, apresentou à subcomissão experiências bem-sucedidas de sustentabilidade.

Uma delas é o sistema de plantio direto, sem revolvimento do solo, por meio de equipamentos e manejos adaptados. O plantio é feito diretamente na palhada dos cultivos anteriores, que fica na superfície do solo. Isso possibilita protegê-lo contra a erosão e perda d'água. 


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